Há quem diga que eu dormi de touca
Que eu perdi a boca, que eu fugi da briga
Que eu caí do galho e que não vi saída
Que eu morri de medo quando o pau quebrou
Há quem diga que eu não sei de nada
Que eu não sou de nada e não peço desculpas
Que eu não tenho culpa, mas que eu dei bobeira
E que Durango Kid quase me pegou
Eu quero é botar meu bloco na rua
Brincar, botar pra gemer
Eu quero é botar meu bloco na rua
Gingar, pra dar e vender
Eu, por mim, queria isso e aquilo
Um quilo mais daquilo, um grilo menos disso
É disso que eu preciso ou não é nada disso
Eu quero é todo mundo nesse carnaval...
Eu quero é botar meu bloco na rua
Brincar, botar pra gemer
Eu quero é botar meu bloco na rua
Gingar, pra dar e vender
Na emblemática música de Sérgio Sampaio, música ícone da luta contra a ditadura, o autor chama a responsabilidade para si e quer Botar o Bloco na Rua... É nossa também a responsabildade de Botar o Bloco na Rua, de ir atrás de mudanças, de fazer mudanças, de trasnformar a realidade que vivemos... Botar o Bloco na Rua é "Não Fechar os Olhos, Não Fechar a Boca e Não Fechar os Ouvidos" para o descaso social em que vivemos... É assumir a responsabilidade de ir adiante... E mesmo que haja quem diga que eu dormi de touca, Que eu perdi a boca, que eu fugi da briga, Que eu caí do galho e que não vi saída, Que eu morri de medo quando o pau quebrou... É preciso levantar a cabeça e, se necessário, forçar tais mudanças... Fazer parte dessa luta é pensar: NADA PRA NÓS, SEM NÓS... Pois as mudanças só ocorrerão de verdade quando as Pessoas Com Deficiência saírem de suas casas, da clausura, da timidez, do ostracismo, do medo ou aversão social, de si mesmos... Sem a participação das Pessoas Com Deficiência nesse processo corremos do risco de "outros fazerem as mudanças por nós, não para nós"... Precisamos ocupar espaços de debates, de discussões e de reformulações... As mudanças ocorrerão, mas somente quando mudarmos a nós mesmos...
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