Nas últimas eleições, na sala de aula, alguns alunos me perguntaram sobre o Voto, Política, Políticos, entre outros... Lembro que lhes falei para não confundirem a Política, a ciência, com politicagem, pois são coisas distintas, a primeira é fantástica, pois sem ela não nos humanizamos... Mas a outra é fruto de um problema nosso... Então, quando respondi sobre o Voto eu disse-lhes que eles deveriam votar em “si mesmos” – Ficaram zombando de mim – Então expliquei-lhes que, na verdade, estava dizendo que quando fossem votar, deveriam votar pensando em quais papeis desempenhariam nesse processo democrático, não deveriam votar, colocar sua confiança no outro e não fazer mais nada, o que corriqueiramente acontece, mas deveriam atuar constantemente, como se fossem eles próprios (e o são) que lá estivessem, para fiscalizar e intervir, para melhorar a sociedade... Por fim, alguns disseram: Ah professor, a gente até que tenta mudar as coisas, mas nunca mudam... Então retruquei: Lembrem-se, quando não puderem fazer mais nada para mudar a situação, ainda assim, poderemos mudar alguma coisa, poderemos mudar a nós mesmos... Esta é a mais importante mudança que precisamos buscar...
Quando se fala de Mudanças, é preciso haver uma “Revolução”. Lembro que, pensar em mudanças, realmente, nunca foi e não será fácil, pois romper com as estruturas de uma sociedade é uma batalha que poucos povos intentaram, e mais poucos ainda, foram os resultados... A Revolução Francesa, bem, veio depois da Independência Americana, na qual já pregava os direitos universais... A Russa, foi num momento em que o país estava ainda nos sistemas de feudos e ruiu por completo em 1989. Em Cuba, que ficou isolada, foi muito boa para quem ficou no poder, mas o próprio Che saiu; acredito que não se contentou com a ditadura que Fidel iria impor por mais de 50 anos... Sem falar que, voltando à Revolução Francesa, que abriu espaço pra Napoleão intentar conquistar o mundo a ferro e fogo... Eu Vejo, nesses processos, uma Revolução que deu Certo, a Americana, mas mesmo assim com reservas, porque o que dá certo lá fora, necessariamente, não indica que dará por aqui também... Lá se instalou um regime democrático que passados mais de 200 anos, as pessoas ainda acreditam e confiam... Acho que nós precisamos fazer nossa revolução sem ter que se espelhar nos outros... Somos diferentes em muitos aspectos (social, cultural, econômica e educacionalmente). Refletir sobre tais mudanças é incorrer por caminhos espinhosos... Na música Ícone dos anos de chumbo, de Sérgio Sampaio o refrão se faz necessário sempre:
Eu quero é botar meu bloco na rua
Brincar, botar pra gemer
Eu quero é botar meu bloco na rua
Ginga pra dar e vender
Brincar, botar pra gemer
Eu quero é botar meu bloco na rua
Ginga pra dar e vender
Penso que precisamos Fazer Tal Revolução, mas uma revolução que transforme e limpe nossa alma do medo, da luta (quando necessária), do terror, da preguiça, do desleixo... Política também é educação, pois ambas precisam uma da outra e neste processo a revolução armada já não está no contexto (espero que por um bom tempo). Precisamos nos armar com Caráter, Honestidade, Trabalho, Respeito, Virtude, Serviço... Senão, vamos trilhar os caminhos dos revolucionários franceses que depois da carta de direitos do homem, que dentre eles declarava que a educação era direito de todos (bem, todos que podiam pagar pela a educação), começou a separar o povo (as massas) da aristocracia... Quando chegar o dia em que nossa sociedade enxergar nossos representantes como sujeitos que estão para nos representar, para trabalhar em nosso favor (não para fazer favores), para emanar os anseios da sociedade, com a participação direta da sociedade, que precisa, parafraseando Paulo Freire: APRENDER POLÍTICA PARA PODER FAZÊ-LA E DEPOIS, POR ELA SERMOS FEITOS...
By:
Edmilson Sá
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